Elaborado pela Luís Felipe Edwards para o Grupo Pão de Açúcar, sob a famosa linha Club Des Sommeliers, apresenta aromas de frutas vermelhas com destaque para framboesas; toques terrosos e alguma especiaria se entrelaçam com tostados e chocolate. Na boca macio, elegante com bom equilíbrio. Persistente. Estagiou por 12 meses em carvalho. Dica de harmonização: assados de carne vermelha e molhos vermelho e Funghi.
Vol. 13.5%
O Doce Néctar
Tem como objetivo apresentar aos iniciantes das boas taças, os temas principais desse mundo fascinante que é o vinho.
sábado, 3 de outubro de 2015
Gran Reserva Shiraz Club des Sommeliers 2013
segunda-feira, 2 de março de 2015
Château Margaux
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Rótulo do Château Margaux 1899 |
A área conhecida como "la mothe de Margaux" possui uma longa História, conhecida desde o século XII, ainda que não tivesse vinhedos, se destacava visto que Médoc é uma região plana. Quando a região de Aquitania fica nas mãos dos ingleses de 1152 a 1453, os vinhos da região se beneficiaram muito desse novo mercado. O vinho é adotado como preferido de Ricardo Coração de Leão, rei inglês que nasceu em Bordeaux. Os diversos proprietários de "la mothe de Margaux" são importantes, porém é com a família Lestonnac que a propriedade experimenta grande crescimento durante os dez anos que ela geriu Margaux - de 1572 - 1582, promovendo uma reestruturação da propriedade e da vinha. Sendo um marco no Médoc abandonando as culturas de cereais em favor das vinhas, o que se tornaria uma tendência. No final do século XVII, Château Margaux ocupava uma área de 265 hectares, sendo um terço dedicado as videiras. Tal como é hoje.
Berlon
A diversas gerações ao longo dos séculos por meio de inovações e habilidades, ajudaram gradualmente Château Margaux a se tornar um vinho de excelência. Um destes foi Berlon, que administrou o Château no início do século XVIII. Berlon foi o primeiro a vinificar uvas tintas e brancas separadamente. Exigia que as uvas não fossem colhidas ao amanhecer, pois ainda estavam cobertas de orvalho, o que diluiria o vinho pelo excesso de umidade. Berlon também reconhece a importância do solo, distinguia as melhores parcelas.
A Era de Ouro - Século XVIII
Em 1705, a Gazeta de Londres anunciou o primeiro leilão de grandes vinho de Bordeaux, 230 barris! O vintage 1771foi o primeiro "clarete", como eram conhecidos os vinhos de Bordeaux, a aparecer no catálogo da Christie. O primeiro-ministro britânico, Sir Robert Walpole, é outro exemplo da preferencia da elite inglesas pelos grandes vinhos de Bordeaux. Ele comprava quatros barris de Margaux por trimestre. A fama dos Premier Crus atravessava o Atlântico, tanto que Thomas Jefferson, então embaixador dos Estados Unidos da América, reconhece Château Margaux como sendo o melhor vinho de Bordeaux. O século XVIII não foi só no pensamento que ficou conhecido como "séculos das luzes", também nos vinhos marcou o surgimento dos grandes vinhos de Bordeaux e sua classificação, ainda que informal. Isso não teria sido possível sem a preconcepção e perpetuação da nossa de Cru, Terroir, do vinho e seu Château. O proprietário na metade do século XVIII, selecionava as cepas e as melhores parcelas dos vinhedos, discernindo que os terrenos em declive tinha propensão a produzir os melhores vinhos. Quando a Revolução Francesa veio, pois fim no "século de ouro para Bordeaux". Elie du Barry, conde de Hargicourt e senhor de Margaux, é conduzido ao cadafalso pelo revolucionários durante o período jacobino. Château Margaux, seus vinhedos, prédios bosques e tudo que nele havia foi leiloado pelo revolucionários como bem nacional. Laure de Fumel, o último descendente da família Lestonnac Pontac que tão bem cuidou da propriedade por 300 anos, conseguiu comprar Margaux.
O Marquês de La Colonilla
Em 1801, Bertrand Duat, marquês de La Colonilla, adquire o domaine, e considera que a casa existente não é digna da reputação de seus vinhedos. Ele construiu a casa que contemplamos hoje. Bertrand Duat, é um basco que veio da Espanha, com uma fortuna considerável e um título. Ele tinha mais de cinquenta anos quando veio para a França, residia em Paris, em vez de Bordeaux. Na realidade nunca esteve interessado na vinha e o Château Margaux era para ele uma forma de fortalecer sua ascensão social. Colonilla morreu em 1816 sem nunca ter morado no castelo.
O "Versalhes do Médoc"
Para a construção do castelo, Colonilla convidou Louis Combes, arquiteto de Bordeaux que estava na moda. Em Margaux Louis Combes realiza sua obra-prima. Muitas vezes apelidado de "o Versalhes do Médoc", o Castelo é um dos raros exemplos de estilo neo-palladiano. A grande adega com seu visual majestoso e as grandes colunas brancas, evocam a imagem de grande catedral do vinho.
Alexandre Aguado
Os descendentes de Colonilla, não estavam interessados no Château e o venderam para Alexandre Aguado, Alexandre foi o primeiro banqueiro a adquirir uma grande propriedade em Bordeaux. Já possuía uma grande fortuna, e o Château para ele era um lugar elegante e agradável para viver e não aumentar sua riqueza. Aguado abandona rapidamente suas atividades financeiras para torna-se o mercena de Rossini que compôs uma obra chamada "Château Margaux", morrendo muito jovem - em 1836 - deixando uma magnífica coleção de pinturas italianas e espanholas para o museu do Louvre.
1855 - A classificação Oficial
O imperador Napoleão III presta um grande serviço aos grande vinhos tintos do Médoc numa feira em Paris em 1855. A segunda exposição Mundial foi uma oportunidade de glorificar os produtos franceses. Ele desejou que estes vinhos fossem apresentados como parte de uma classificação. A degustação as cegas foi organizada em Paris e culminou na famosa classificação de 1855, que dividiu em cinco níveis de qualidade sessenta vinhos do Médoc e uma propriedade de Graves. Quatro vinhos são classificados como "Premier Grand Cru Classé", entre esses Château Margaux.
O Conde Pillet-Will
Em 1879, ano da Revolução. Emily Macdonnel, escocesa dama de honra da imperatriz Eugénie e esposa do filho de Aguado, vendeu o Château ao Conde Pillet-Will. É um momento de baixa rentabilidade no Médoc, devido as pragas. A região é atingida pelas doenças fungicidas e a resseção global. Fungos, mofo, bolor e depois a Filoxera, tornando-se esta última um flagelo para os vinhedos, matando-os rapidamente. Depois do replantio por meio de enxertia a produção no Château Margaux é retomada e em 1893 foi um excelente millésime, tão abundante que a colheita parou em seis dias devido a falta de tanques. Produção excedeu o lendário 1870, o maior ano antes da filoxera. Devido as plantas jovens de replantio, não permitiram produzir uvas de qualidade e parte da produção foi vendido como "segundo vinho" que chamou-se Pavillon Rouge du Château Margaux. Em 1896, o Conde Pillet-Will tinha como seu home de confiança Pierre Moreau, que desempenharia um papel importante na gestão da propriedade. Nomeou Marcellus Grangerou como mestre da adega. Ele seria mais tarde sucedido por seu filho Marcel e seu neto Jean. A inovação mais importante de Pierre Moreau é a obrigação do vinho seu engarrafado no próprio Château, aprovada em 1924 e que dava garantia real de autenticidade aos compradores.
1950 - A Família Ginestet
Fernand Ginestet e seu filho Pierre entram em cena. Fernand construiu sua fortuna no negócio do vinho. É um de seus amigos, o prefeito de Saigon e importador de vinho, que envia os fundos necessários para a compra do Domaine. Fernand e Pierre organizam pacientemente os vinhedos. Mas a resseção dos anos 70, as colheitas desastrosas e invendáveis de 1972, 1973 e 1974 colocaram Pierre e Bernard, seu filho numa situação desesperadora. No entanto querendo honrar seus compromissos colocaram Margaux a venda. Demorou dois anos para que eles conseguissem vender o Château; em 1977 André Mentzepoulos deixou o mundo do vinho pasmo. Um grego no Médoc?
André Mentzepoulos - Um Heleno no Médoc
Em 1977, André Mentzepoulos compra a propriedade. As colunas jônicas que adornam o peristilo do Castelo trazem a ele lembranças da sua terra natal. Graças à sua acuidade intelectual e o escopo do seu trabalho, Margaux recupera a qualidade de Premier. André nasceu em 1915, em Patras, no Peloponeso, pai hoteleiro que nunca deixou de ensinar aos filhos outras línguas. Depois e estudar literatura em Grenoble, ele foi para o Extremo Oriente: Burma, China, Paquistão e Índia, para finalmente fazer fortuna com importação e exportação de grãos. De volta a Europa, casou-se com uma francesa e adquiriu em 1958 a empresa Felix Potin, fundada em 1844 com oitenta lojas de bairro com mercearia. Esse homem que fala seis línguas, apaixonou-se por Château Margaux. André investe pesadamente no Château mesmo em uma época desfavorável. Sob a supervisão de Emile Peynaud, ele reintroduziu o Pavillon Rouge du Château Margaux , introduz Pavillom Blanc du Château Margaux. Concretiza a construção da primeira adega subterrânea da área, feito que exigiu grande proeza técnica. Resultado: Château Margaux 1978 foi imediatamente saudado como excepcional! Prova da obra eficiente de André Metzepoulos. Ele morreu em 1980, muito cedo e rápido para contemplar o renascimento do Château Margaux. Talvez nenhum proprietário tenha desempenhado um papel tão profundo, e em tão pouco tempo na História secular de Château Margaux.
Berlon
A diversas gerações ao longo dos séculos por meio de inovações e habilidades, ajudaram gradualmente Château Margaux a se tornar um vinho de excelência. Um destes foi Berlon, que administrou o Château no início do século XVIII. Berlon foi o primeiro a vinificar uvas tintas e brancas separadamente. Exigia que as uvas não fossem colhidas ao amanhecer, pois ainda estavam cobertas de orvalho, o que diluiria o vinho pelo excesso de umidade. Berlon também reconhece a importância do solo, distinguia as melhores parcelas.
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Século XVII - Era de Ouro |
A Era de Ouro - Século XVIII
Em 1705, a Gazeta de Londres anunciou o primeiro leilão de grandes vinho de Bordeaux, 230 barris! O vintage 1771foi o primeiro "clarete", como eram conhecidos os vinhos de Bordeaux, a aparecer no catálogo da Christie. O primeiro-ministro britânico, Sir Robert Walpole, é outro exemplo da preferencia da elite inglesas pelos grandes vinhos de Bordeaux. Ele comprava quatros barris de Margaux por trimestre. A fama dos Premier Crus atravessava o Atlântico, tanto que Thomas Jefferson, então embaixador dos Estados Unidos da América, reconhece Château Margaux como sendo o melhor vinho de Bordeaux. O século XVIII não foi só no pensamento que ficou conhecido como "séculos das luzes", também nos vinhos marcou o surgimento dos grandes vinhos de Bordeaux e sua classificação, ainda que informal. Isso não teria sido possível sem a preconcepção e perpetuação da nossa de Cru, Terroir, do vinho e seu Château. O proprietário na metade do século XVIII, selecionava as cepas e as melhores parcelas dos vinhedos, discernindo que os terrenos em declive tinha propensão a produzir os melhores vinhos. Quando a Revolução Francesa veio, pois fim no "século de ouro para Bordeaux". Elie du Barry, conde de Hargicourt e senhor de Margaux, é conduzido ao cadafalso pelo revolucionários durante o período jacobino. Château Margaux, seus vinhedos, prédios bosques e tudo que nele havia foi leiloado pelo revolucionários como bem nacional. Laure de Fumel, o último descendente da família Lestonnac Pontac que tão bem cuidou da propriedade por 300 anos, conseguiu comprar Margaux.
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Tomada da Bastilha |
O Marquês de La Colonilla
Em 1801, Bertrand Duat, marquês de La Colonilla, adquire o domaine, e considera que a casa existente não é digna da reputação de seus vinhedos. Ele construiu a casa que contemplamos hoje. Bertrand Duat, é um basco que veio da Espanha, com uma fortuna considerável e um título. Ele tinha mais de cinquenta anos quando veio para a França, residia em Paris, em vez de Bordeaux. Na realidade nunca esteve interessado na vinha e o Château Margaux era para ele uma forma de fortalecer sua ascensão social. Colonilla morreu em 1816 sem nunca ter morado no castelo.
O "Versalhes do Médoc"
Para a construção do castelo, Colonilla convidou Louis Combes, arquiteto de Bordeaux que estava na moda. Em Margaux Louis Combes realiza sua obra-prima. Muitas vezes apelidado de "o Versalhes do Médoc", o Castelo é um dos raros exemplos de estilo neo-palladiano. A grande adega com seu visual majestoso e as grandes colunas brancas, evocam a imagem de grande catedral do vinho.
Alexandre Aguado
Os descendentes de Colonilla, não estavam interessados no Château e o venderam para Alexandre Aguado, Alexandre foi o primeiro banqueiro a adquirir uma grande propriedade em Bordeaux. Já possuía uma grande fortuna, e o Château para ele era um lugar elegante e agradável para viver e não aumentar sua riqueza. Aguado abandona rapidamente suas atividades financeiras para torna-se o mercena de Rossini que compôs uma obra chamada "Château Margaux", morrendo muito jovem - em 1836 - deixando uma magnífica coleção de pinturas italianas e espanholas para o museu do Louvre.
1855 - A classificação Oficial
O imperador Napoleão III presta um grande serviço aos grande vinhos tintos do Médoc numa feira em Paris em 1855. A segunda exposição Mundial foi uma oportunidade de glorificar os produtos franceses. Ele desejou que estes vinhos fossem apresentados como parte de uma classificação. A degustação as cegas foi organizada em Paris e culminou na famosa classificação de 1855, que dividiu em cinco níveis de qualidade sessenta vinhos do Médoc e uma propriedade de Graves. Quatro vinhos são classificados como "Premier Grand Cru Classé", entre esses Château Margaux.
O Conde Pillet-Will
Em 1879, ano da Revolução. Emily Macdonnel, escocesa dama de honra da imperatriz Eugénie e esposa do filho de Aguado, vendeu o Château ao Conde Pillet-Will. É um momento de baixa rentabilidade no Médoc, devido as pragas. A região é atingida pelas doenças fungicidas e a resseção global. Fungos, mofo, bolor e depois a Filoxera, tornando-se esta última um flagelo para os vinhedos, matando-os rapidamente. Depois do replantio por meio de enxertia a produção no Château Margaux é retomada e em 1893 foi um excelente millésime, tão abundante que a colheita parou em seis dias devido a falta de tanques. Produção excedeu o lendário 1870, o maior ano antes da filoxera. Devido as plantas jovens de replantio, não permitiram produzir uvas de qualidade e parte da produção foi vendido como "segundo vinho" que chamou-se Pavillon Rouge du Château Margaux. Em 1896, o Conde Pillet-Will tinha como seu home de confiança Pierre Moreau, que desempenharia um papel importante na gestão da propriedade. Nomeou Marcellus Grangerou como mestre da adega. Ele seria mais tarde sucedido por seu filho Marcel e seu neto Jean. A inovação mais importante de Pierre Moreau é a obrigação do vinho seu engarrafado no próprio Château, aprovada em 1924 e que dava garantia real de autenticidade aos compradores.
1950 - A Família Ginestet
Fernand Ginestet e seu filho Pierre entram em cena. Fernand construiu sua fortuna no negócio do vinho. É um de seus amigos, o prefeito de Saigon e importador de vinho, que envia os fundos necessários para a compra do Domaine. Fernand e Pierre organizam pacientemente os vinhedos. Mas a resseção dos anos 70, as colheitas desastrosas e invendáveis de 1972, 1973 e 1974 colocaram Pierre e Bernard, seu filho numa situação desesperadora. No entanto querendo honrar seus compromissos colocaram Margaux a venda. Demorou dois anos para que eles conseguissem vender o Château; em 1977 André Mentzepoulos deixou o mundo do vinho pasmo. Um grego no Médoc?
André Mentzepoulos - Um Heleno no Médoc
Em 1977, André Mentzepoulos compra a propriedade. As colunas jônicas que adornam o peristilo do Castelo trazem a ele lembranças da sua terra natal. Graças à sua acuidade intelectual e o escopo do seu trabalho, Margaux recupera a qualidade de Premier. André nasceu em 1915, em Patras, no Peloponeso, pai hoteleiro que nunca deixou de ensinar aos filhos outras línguas. Depois e estudar literatura em Grenoble, ele foi para o Extremo Oriente: Burma, China, Paquistão e Índia, para finalmente fazer fortuna com importação e exportação de grãos. De volta a Europa, casou-se com uma francesa e adquiriu em 1958 a empresa Felix Potin, fundada em 1844 com oitenta lojas de bairro com mercearia. Esse homem que fala seis línguas, apaixonou-se por Château Margaux. André investe pesadamente no Château mesmo em uma época desfavorável. Sob a supervisão de Emile Peynaud, ele reintroduziu o Pavillon Rouge du Château Margaux , introduz Pavillom Blanc du Château Margaux. Concretiza a construção da primeira adega subterrânea da área, feito que exigiu grande proeza técnica. Resultado: Château Margaux 1978 foi imediatamente saudado como excepcional! Prova da obra eficiente de André Metzepoulos. Ele morreu em 1980, muito cedo e rápido para contemplar o renascimento do Château Margaux. Talvez nenhum proprietário tenha desempenhado um papel tão profundo, e em tão pouco tempo na História secular de Château Margaux.
Corinne Mentzelopoulos - Tal pai, Tal filha.
O mundo do vinho que tinha ficado preocupado com a chegada de um "heleno no Medoc", redobrou a atenção com a morte de Andre Mentzelopoulos. Depois de ter convencido os mais céticos com sua energia e visão, dedicados ao Château Margaux. Tendo restabelecidos em tempo recorde a qualidade dos vinhos da propriedade. Depois da sua morte essa tarefa coube a sua filha, Corinne Mentzelopoulos. Continuando o belo trabalho que seu pai havia feito, ela garantiu os investimentos necessários para o crescimento da demanda a partir de 1982, a histórica safra em que Robert Packer mudou influenciou o mercado Norte-americano, seguido posteriormente por outros mercados mais maduros como o alemão e inglês. Os Gran Cru de Bordeaux, apreciado por séculos jamais haviam experimentando tamanho sucesso.
Nos dias atuais
No início do Século XXI, os vinhos de Bordeaux continuam com um incrível sucesso. Se mantendo como umas das regiões vitivinícolas mais prestigiadas do mundo. O mundo todo parece ter seus olhos voltando para Bordeaux, e as demandas por seus vinhos só crescem. Essa prosperidade e o crescimento da qualidade de vinhos em outra regiões no mundo tem colocado o Château Margaux em estado cada vez mais competitivo. Os vinhos mais do que nunca continuam impecáveis, dignos da reputação desta propriedade.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Madeira - A Pérola do Atlântico
Exploração:1418-1419
Inicio do povoamento:1425
Autonomia: 30 de abril de 1976
População: 262.456hab.
Área: 740,7 km² do Arquipélago da Madeira.
Origem vulcânica.
Situa-se na costa sul (32º 38'N, e 16º 55 w)
Descoberta:
A ilha da Madeira “que é a principal Ilha”, situada no
oceano Atlântico a 400 milhas da costa do Marrocos, forma com a ilha de Porto
Santo o Arquipélago da Madeira. Fica a uma distância de 978 km do continente
português. Com uma superfície total de 740,7Km2, a Ilha da Madeira está situada
entre os paralelos 30 e 33º N, em pleno Oceano Atlântico. Descoberta em 1419
por Tristão Vaz Teixeira, João Gonçalves Zarco em 1419, que apelidou a ilha de
Madeira devido à quantidade dessa matéria-prima.
Uma das teorias dos Historiadores é que as ilhas de Porto
Santo e Madeira tenham sido descobertas pelos romanos e que ficaram conhecidas
como "Ilhas Púrpuras", mas é muito controverso e não se chegou há um
consenso. O trigo foi a primeira atividade agrícola importante,
inicialmente produzido para a própria subsistência dos Madeirenses, mais tarde,
este passou a ser item de exportação para o reino (Portugal).
Depois veio o ciclo da cana-de-açúcar, rara na Europa na
época, que atraiu a ilha muitos comerciantes de origem judaica, genovesa e
portugueses da península.
A partir do século XVIII é que o vinho se tornaria o mais
importante produto já que a Cana-de-açúcar entrou em declínio devido a novas
áreas de cultivo como Brasil (1530) e Tomé e Príncipe, abalou profundamente a
economia madeirense.
Os primeiros colonizadores eram membros da nobreza
portuguesa e trouxeram para a ilha, trabalhadores e artesãos vindos do Norte de
Portugal os privilégios especiais concedidos a quem colonizasse a Ilha, nestes
primeiros anos de exploração, aliciaram igualmente grandes empresários da
Europa, que desde cedo se aperceberam das potencialidades da Madeira na
exploração de ligações com importantes mercados de exportação.
Embora não se saiba com precisão quais e quando foram
plantadas as primeiras vinhas, julga-se que os primeiros colonizadores
trouxeram consigo variedades que já existiam no Minho. No entanto, registos
históricos do navegador veneziano Alvise da Mosto, conhecido por Luís
de Cadamosto, que datam de 1450, evidenciam a introdução da casta Malvasia
Cândida nos primeiros anos de colonização. O navegador refere que «…de entre as
várias castas, o Infante D. Henrique mandou plantar terrenos com Malvasia que
foi enviada de Candia (capital da Creta) e que estão a se desenvolver
muito bem…», e ainda tece elogios, no seu diário de viagens, à exportação de
vinho e à sua boa qualidade.
Ao longo do século XV, a área de cultura da vinha foi
aumentando, tendo como consequência o incremento das exportações, mas será sem
dúvida a descoberta da América por Cristóvão Colombo, o acontecimento que
marcará determinantemente a história do Vinho da Madeira.
Desta época contam-se episódios envolvendo personagens
históricas onde a notoriedade do Vinho Madeira, no estrangeiro é já é
evidencia. Consta que em 1478 Georges, Duque de Clarence, irmão de Eduardo IV,
rei de Inglaterra, ao ser condenado à pena capital pela Câmara Alta, escolheu
morrer afogado num tonel de Vinho Malvasia.
O vinho Madeira
O vinho Madeira é um vinho estilo generoso, e
como tal fortificado, com elevado teor alcoólico, produzido nas encostas e
adegas da Região demarcada Ilha da Madeira. A sua produção remota quase a
descoberta da ilha. A produção de vinho foi estimulada pela necessidade de
abastecer os navios da rota do atlântico tanto para o novo mundo, bem como para
as índias, e pela presença de Ingleses na ilha, que tornaram o vinho conhecido
em toda Europa e America. Logo era o preferido em banquetes e mesas requintada
nas cortes e em suas respectivas colônias.
A região
Trata-se de uma paisagem única e caracterizada pela orografia acidentada do relevo. As condições particulares do solo de origem vulcânica, na sua maioria basálticos, e a proximidade ao mar, associadas às condições climatéricas, em que os verões são quentes e úmidos e os Invernos amenos, conferem ao vinho características únicas e singulares.
Trata-se de uma paisagem única e caracterizada pela orografia acidentada do relevo. As condições particulares do solo de origem vulcânica, na sua maioria basálticos, e a proximidade ao mar, associadas às condições climatéricas, em que os verões são quentes e úmidos e os Invernos amenos, conferem ao vinho características únicas e singulares.
Os terrenos agrícolas caracterizam-se por declives muito
acentuados, que regra geral se encontram sob a forma de socalcos, designados
por poios. A água de rega na Madeira é captada nas zonas altas da
ilha é conduzida através de canais denominados de “levadas” que integram
um impressionante sistema de 2150Km canais. O sistema de condução mais tradicional é o da “latada” (pérgola), no qual
as vinhas são conduzidas horizontalmente. O século XX trouxe a introdução do
sistema de condução em espaldeira, que, no entanto, só pode ser utilizado em
terrenos com declives menos acentuados.
Entre meados de Agosto até meados de Outubro, processa-se a
vindima num ritual majestoso, durante o qual há uma incrível concentração de
esforços, uma vez que a orografia acidentada e o sistema de minifúndio,
dificulta todo o processo de vindima, que ainda hoje é totalmente manual.
Processo de vinificação
Nas Adegas, é feita uma triagem das uvas para avaliação do
estado sanitário. Após serem pesadas e verificado o grau alcoólico provável
pelo refractômetro (instrumento de medição do teor em açúcar da uva) é feita a
seleção do tipo de uvas, de acordo com o tipo de vinho que se pretende obter. A
partir daqui, dá-se início ao delicado processo de transformação. O mosto
resultante da prensagem é sujeito a uma fermentação, que pode ser parcial ou
total, e posterior fortificação.
O processo de fortificação consiste na paragem da
fermentação com a adição de álcool vínico a 96% vol. A escolha do momento da
interrupção da fermentação faz-se de acordo com o grau de doçura pretendido
para o vinho, podendo-se, com este procedimento, obter quatro tipos de vinho: o
seco, o meio-seco, o meio-doce e o doce. Findo este processo, os vinhos podem ser submetidos a um dos
dois processos de envelhecimento: “Estufagem” ou “Canteiro”.
Envelhecimento
Os processos de envelhecimento utilizados para o Vinho
Madeira são a «Estufagem» ou o «Canteiro».
Estufagem
O vinho é colocado em estufas de aço inox, aquecidas por um sistema de serpentina, por onde circula água quente, por um período nunca inferior a 3 meses, a uma temperatura entre os 45 e 50 graus Celsius. Concluída a «estufagem», o vinho é sujeito a um período de «estágio» de pelo menos 90 dias à temperatura ambiente. A partir deste momento pode permanecer em inox, ou ser colocado em cascos de madeira, até reunir as condições que permitem ao enólogo fazer o acabamento do vinho, para que possa ser colocado em garrafa, com a garantia de qualidade necessária. No entanto, estes vinhos nunca podem ser engarrafados e comercializados antes de 31 de Outubro do segundo ano seguinte à vindima. São vinhos maioritariamente de lote.
Canteiro
Os vinhos selecionados para estágio em «Canteiro» (esta
denominação provém do facto de se colocar as pipas sob suportes de traves de
madeira, denominadas de canteiros) são envelhecidos em cascos, normalmente nos
pisos mais elevados dos armazéns onde as temperaturas são mais elevadas, pelo
período mínimo de 2 anos. Trata-se de um envelhecimento oxidativo em casco,
desenvolvendo os vinhos, características únicas de aromas intensos e complexos.
Os vinhos de canteiro só poderão ser comercializados, decorridos pelo menos 3
anos, contados a partir de 1 de Janeiro do ano seguinte ao da vindima.
Atualmente as variedades de castas mais utilizadas na
produção de vinho Madeira são: Sercial, Verdelho, Boal, Malvasia e Tinta Negra.
No entanto, existem outras castas recomendadas e autorizadas.
Tinta Negra
|
Sercial
|
Verdelho
|
Boal
|
Malvasia
|
Castas
da Madeira
|
|||
Castas
Recomendadas
|
Castas
autorizadas
|
||
Nome
principal
|
Cor
|
Nome
principal
|
Cor
|
Bastrado
|
Tinta
|
Caracol
|
Branca
|
Folgasão
(Terrantez)
|
Branca
|
Carão-de-Moça
|
Branca
|
Malvasia-Candida
|
Branca
|
Complexa
|
Tinta
|
Malvasia-Candida
Roxa
|
Rosada
|
Deliciosa
|
Tinta
|
Malvasia
Fina
|
Branca
|
Listrão
|
Rosada
|
Sercial
|
Branca
|
Malvasia
Branca de S. jorge
|
Branca
|
Tinta
|
Tinta
|
Moscatel
Graúdo
|
Branca
|
Tinta
Negra Mole
|
Tinta
|
Rio-Grande
|
Branca
|
Verdelho
|
Branca
|
Triunfo
|
Tinta
|
Verdelho
- Tinto
|
Tinta
|
Valverinho
|
Branca
|
Mais de cinco séculos de existência, permitem contar uma história de internacionalização que passa pelas mais diversificadas rotas de exportação, consoante as conjunturas internacionais, em que, a par das exportações para Europa, o grande destaque vai para as rotas com destino às Índias e Américas, entre os sécs XVI e XVIII, que no último caso se mantêm até aos nossos dias. A fama e prestígio deste Vinho, podem ainda ser atestados por inúmeros episódios, entre os quais, a celebração da independência dos Estados Unidos, em 1776, que foi comemorada com um brinde de Vinho Madeira!
Ao longo dos séculos os processos de produção vão-se
alterando e aperfeiçoando. No século XVIII é introduzido o método de
envelhecimento conhecido por estufagem, que irá caracterizar
definitivamente o Vinho Madeira, até aos nossos dias.
Muitas foram as personalidades, estadistas e personagens
míticas que se deixaram deslumbrar por este Vinho, de que são exemplos,
emblemáticos, George Washington e Thomas Jefferson, que eram profundos
conhecedores de Vinho Madeira ou Winston Churchil que nas suas visitas à
ilha teve oportunidade de o conhecer e apreciar. Mas são também conhecidas as
referências ao Vinho Madeira em obras literárias tais como as de
Sheakpeare.
O Vinho Madeira nasce para o mundo e a sua história é
marcada pela sua passagem nas mais variadas partes do globo, onde continua
a ser admirado e reconhecido.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Château Lafaurie – Peyraguey 1983
O Doce Néctar – Destaques do Livro 1001
vinhos para beber antes de morrer
-
Château Lafaurie – Peyraguey 1983 –
Origem:
França, Bordeaux, Sauternes, Bommes
Características:
Vinho branco doce, 14% vol.
Cepas: Sémillon 90%, Sauvignon Blanc 8%, Muscadelle 2%
No
século XVII, essa esplêndida propriedade de 40 hectares pertencia ao mesmo dono
do Château Lafite, mas em 1917 foi adquirida pela empresa négociant Cordier. Em 1996, a Cordier vendeu a propriedade para a
Suez Company, que construiu prédios para facilitar as atividades vinícolas.
Michel Laporte foi o diretor da propriedade de 1963 até 2000, quando foi substituído
pelo filho Yannick.
As
vinhas tem idade média de 40 anos e, quando o replantio se faz necessário, os
Laportes escolhem o mínimo de clones e de rizomas produtivos. Os vinhedos são
dispersos, produzindo uma gama de diferentes vinhos com os quais trabalhar.
Isso pode explicar porque, mesmo em safras difíceis, Lafaurie frequentemente
faz um vinho excepcional. O objetivo é colher apenas frutos bem maduros,
botríticos, com peso médio do mosto de pelo menos 21%, o que irá resultar em um
vinho com cerca de 14% de álcool e pelo menos 100 gramas de açúcar residual. Em
2003 foi instalada uma mesa de triagem na vinícola para que o interior de cada
cacho seja examinado para a detecção de qualquer podridão negra pouco visível.
O vinho é fermentado em barris e um terço envelhece em carvalho novo por
aproximadamente 18 meses.
O
1983 era delicioso quando jovem e permanece assim, cítrico na ocasião, o nariz
agora evoca geleia de laranja, um sinal claro de evolução, mas o paladar ainda
é rico, cremoso e apresenta toques de pêssego, com acidez atraente e um final
longo e com toques de laranja. Ele ainda conserva o vigor que é sempre uma
marca registrada dessa excelente e tradicional propriedade.
- Beber até
2018.
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